sábado, 27 de fevereiro de 2010

os dias são curtos, mas os anos são longos.


Algo dentro de mim grita que vai dar tudo certo, mas eu grito mais alto para abafar essa profecia. É que eu fui criada com os lobos, até que eu aprenda a andar com os dois pés vai ser difícil. Por enquanto , vou entrando por caminhos que não conheço, tropeçando em minhas próprias marcas no chão do passado. Sou amante do Drama. Não me casei com o Tempo. Pra falar a verdade, adotei uma certa indiferença a ele. Pra mim tanto faz se foi hoje, se tem um amanhã, se eu quero sexta mas só tenho uma segunda e solidão. Maçante. Todos os dias, todas as horas e até os minutos conseguem ser os mesmos. Se é um tipo de castigo, eu não sei. Sei que é a mesma coisa sempre. Um vazio. Um vazio tão bagunçado, que as vezes parece que dói por não ter mais espaço. São aquelas dores que queimam na pele, que ardem o estômago, que apertam a garganta, que nem o choro consegue passar. E se passa, não alivia. E eu vou seguindo no meu vazio doloroso. De tão íntimo, chamo até pelo nome, acompanhado de uma possessão. Meu Amor. Um misto de angústia, de vontade, de rancor, de saudade, de tesão, de distância, de fogo, de falta, de raiva, de alegria impedida, de orgulho, de não-reconhecimento, de abusos, de lembranças que não se apagam. Boas e ruins. Não sei qual queima mais, qual aperta mais, não só a garganta, mas alguma coisa do lado esquerdo do peito. E cada vez que eu ando pra frente, um Não me puxa pra trás. Eu não consigo sentir mais nada que não doa. E os dias vão passando, de tão longos, acabam rápidos. E vazios.

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