"tenho a mania de escovar os dentes muito forte. um vez cheguei até a quebrar uma escova de dentes em minha boca." - ela olhava para ele imaginando que ele devia achar essa história muito engraçada, pois não parava de rir. ouvia os outros ao redor, mas mantinha os olhos vidrados nela. no modo como ela mexia os cabelos, como bebericava a cerveja e cruzava os braços apoiando-os na barriga. era são joão, ela gostava dos fogos, mas tinha medo de soltá-los. ele não gostava de nada, achava ela. já que uma manifestação dele era raríssima. só em casos de chamarem ele de idiota ou em casos de pressão. ele continuava ali, sorrindo tanto que as vezes tombava pra frente. não sabia ao certo ela se era efeito da embriaguez ou um problema no labirinto. ela se mantinha ali, perdida. costumava dar uma volta, vez ou outra dava uma olhadinha na brechinha da porta e se certificava de que ele continuava ali, fingindo que prestava atenção nos outros, porém com os olhos na brechinha, esperando ela olhar, só para rir da cara dela. ela achava que ele devia achá-la uma idiota nesses momentos. e devia mesmo. ela sabia que ele gostava, mas ela gostava desse sentimento só de achar. ela só não gostava desse desespero que dava quando ele sumia, quando ele faltava, quando ele prometia e não cumpria, quando ele não a ouvia, quando ele colocava cenoura no molho do macarrão, quando ele olhava fixamente para frente e quando ela perguntava no que ele tava pensando ele só dizia: em nada. ou vai ver era todo esse mistério que mantinha ela vidrada nele. isso ninguém conseguia explicar. nem ela, nem ele, nem freud, nem schopenhauer.
"Eu amo você, menina
Uh! Uh!
Eu amo você!..."
Uh! Uh!
Eu amo você!..."
Um comentário:
é incrível como tem coisas que realmente ninguém tem como explicar. são sentimentos apenas sentíveis, cada um que agarre o seu jeito de 'jeitar' todos eles aqui dentro e por aí a fora.
ah thami, sempre tudo mais lindo por aqui!
beijo grandão. :]
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